A batalha do século passado

Capa de Super-Homem contra o Homem-Aranha - CLIQUE PARA AMPLIARTodo final de ano a Editora Brasil-América (Ebal) costumava colocar nas bancas seus almanaques anuais com os principais personagens da editora, como Zorro (The Lone Ranger), Tarzan, Batman, Super-Homem, Homem Aranha. Mas no final de 1976, início de 77, as bancas reservaram uma grande surpresa para os leitores de quadrinhos; algo impensável até então: o Almanaque dos Heróis trazia o encontro entre os dois principais personagens das duas maiores editoras de quadrinhos (comics) dos Estados Unidos, a Marvel e a National Periodical, que também era chamada de DC.

Foi uma revolução. Algo que os fãs talvez sonhassem, mas que era improvável acontecer. Como juntar as duas editoras arqui-rivais em um projeto? Impossível! Bom… era impossível até que o grande desenhista Carmine Infantino assumiu a direção da DC Comics. A partir dai, “a realização editorial do ano” – como este lançamento foi definido no texto de apresentação da revista – começou a sair do papel.
Página 56 - Homem-Aranha acerta o Super-Homem - CLIQUE PARA AMPLIARStan Lee e Carmine Infantino - Clique para ampliar
O editorial, publicado na segunda capa, explicava: “Esta é uma das mais espetaculares produções dos quadrinhos de todos os tempos. E tudo levava a crer que não pudesse ser feita. (…) O único e grande obstáculo residia na natural rivalidade das editoras – Marvel e National – que produzem as aventuras dos O Super dá um soquinho no cabeça de teia - CLIQUE AQUI PARA AMPLIARdois mais populares super-heróis. Mas seus chefões, Carmine Infantino, tutor do Homem de Aço, e Stan Lee, pai do Homem Aranha, amigos de longa data, facilitaram tudo.” Os dois “deram uma verdadeira lição de co-existência”. Mais adiante o texto cita uma frase de Stan Lee que resume o trabalho: “Nada é difícil demais quando a gente quer mesmo realizar”.

A publicação foi um trabalho em conjunto, uma soma de esforços dos profissionais das duas editoras. O desenho foi feito por Ross Andru, na época desenhista do Homem-Aranha e a arte-final foi de Dick Giordano, que finalizava as aventuras do Batman. Aliás, em se tratando de desenho, sempre achei a fase do Andru uma das piores do cabeça de teia. A história foi escrita por Gerry Conway. Carmine Infantino fez a criação da capa, preparando o rafe para que Ross Andru e Giordano finalizassem o trabalho.Super-Homem e Homem-Aranha - CLIQUE PARA AMPLIAR

Essa publicação realmente representou “uma nova abertura editorial”. A partir do sucesso dessa experiência, os “crossovers” passaram a ser cada vez mais freqüentes e personagens de outras editoras também passaram a viver experiências semelhantes. Tudo isso porque dois executivos deram o primeiro passo para uma nova era de aventuras.

No Brasil a revista foi publicada numa edição colorida no formato 26,7 x 34,7 cm, com capa plastificada e 100 páginas. Em janeiro de 1999, a revista americana Wizard publicou um desenho de Alex Ross, que recria com todos os detalhes, esta capa clássica (veja aqui o papel de parede que fiz A capa original - CLIQUE PARA AMPLIAR com esse desenho). Segundo o artista, A Batalha do Século – Super-Homem Contra o Homem-Aranha foi “uma experiência da cultura pop inspiradora para minha juventude”. É… foi uma idéia e tanto.

Para fazer o download de mais wallpapers com a arte de Alex Ross, clique aqui. Todas as imagens que ilustram este texto podem ser baixadas numa boa resolução.

Homenagem a Alex Toth

Space Ghost, Panini Comics - Clique para ampliarNo ano passado, a Panini lançou uma microssérie em quadrinhos da rememorável criação de Alex Toth, o super-herói intergalático Space Ghost. Foram apenas 3 edições com capas do genial Alex Ross e arte de Joey Cavalieri. O roteiro de Ariel Olivetti tentou dar uma atualizada no fantasma do espaço, mas o que se sobressai na série são os desenhos maravilhosos com os quais ela foi concebida. Além disso, a última edição trouxe um texto que homenageava o criador do personagem, que falecera três meses antes (esta edição foi lançada em agosto de 2006). Sob o título de E a lenda se foi, o artigo dizia o seguinte:

“Em maio, o mundo dos quadrinhops e das animações ficou um pouco mais triste, com o falecimento de um inestimável artista: Alex Toth.
Esse senhor de 77 anos se tornou uma grande influência de inúmeras maneiras para a cultura pop. Considerado um dos grandes mestres da arte do preto-e-branco, devido a seu trabalho na área dos quadrinhos, ele também é reverenciado por sua presença marcante no mundo das animações.
Toth começou a desenhar aos 15 anos, quando trabalhou na revista Heroic Comics, da editora Eastman Color. Um ano depois, estava na DC Comics, trabalhando em títulos como Dr. Mid-Nite, Atom e Green Lantern e em gêneros tão diversos como romance, mistério e western.
Em 1952, deixou a editora e se mudou para a Califórnia. Pouco depois, foi recrutado pelo exército e enviado para uma base no Japão, onde passou a fazer a tira Jon Fury, para o jornal da base militar.
Quando retornou aos EUA, em 1956, se mudou para Los Angeles, onde estudou na Centre School of Design. Quase ao mesmo tempo, a editora Dell Comics, sediada na cidade, lhe ofereceu o trabalho de desenhista para a série do Zorro e outros quadrinhos baseados em seriados televisivos.
Posteriormente, de 1965 a 1982, foi o responsável pela criação do visual de personagens de diversas séries animadas dos estúdios Hanna-Barbera, tais como Herculóides, Sansão e Golias, Dino Boy, Homém-Pássaro, Quarteto Fantástico, Superamigos, Space Ghost e muitos outros.
Através de sua personalidade forte, de sua arte marcante e de qualidade acima de qualquer questionamento, seu legado ecoará por toda a eternidade.”

Para baixar papéis de parede do Space Ghost, clique aqui. Para baixar papéis de parede dos personagens de Hanna-Barbera, clique aqui.

Alex Ross, o pintor de heróis

SpidermanAlex Ross é realmente um dos grandes artistas da arte seqüêncial da atualidade. Sua visão humana e, ao mesmo tempo, grandiosa dos super-heróis é inconfundível. Assim como sua tradição de retratá-los como figuras clássicas, de um passado inesquecível. Em seu site oficial, que deve ser uma visita obrigatória para quem gosta de arte, o internauta pode conhecer mais sobre o artista, baixar espetaculares papéis de parede com personagens da DC e da Marvel, visitar sua variada galeria e ver, por exemplo, que sua sugestão para a caracterização do Duende Verde, no filme O Homem Aranha, de Sam Raimi (veja figura abaixo), era muitíssimo melhor do que aquela coisa que foi escolhida e que mais parecia um vilão saído do seriado Power Rangers. Se você tiver algum trocado, pode também comprar uma das belíssimas pinturas ou desenhos originais de Alex Ross, com preços variados que podem chegar a 15 mil dólares. Mas há rafes pela bagatela de 300 dólares.
Para saber mais sobre este pintor, visite o site da Wikipédia em português ou, o mais completo, em inglês.
Duende Verde, por Alex Ross
Fiz alguns papéis de parede com a arte de Alex Ross. Para fazer o download desses wallpapers, clique aqui.