Alien – O Oitavo Passageiro foi o maior sucesso de H.R.Giger em Hollywood. Com esta produção o designer, pintor e escultor suiço ganhou o Oscar de Efeitos Visuais. Mas a história de Giger com o cinema teve muitos momentos frustantes. O artista se envolveu em algumas produções que não saíram do papel e, no caso das continuações da franquia de Alien, houve até desrespeito com o trabalho do designer.
Os contratempos começaram em 1975, quando Giger começou a fazer o design para a versão cinematográfica de Duna, livro de Frank Herbert, que seria adaptado para as telas pelo cineasta e roteirista de quadrinhos, Alejandro Jodorowsky. O diretor chegou a montar uma equipe de primeira: Moebius também seria chamado para a arte; Pink Floyd e Tangerine Dream para fazer a trilha sonora. Salvador Dali e Orson Welles também teriam participação no filme, na frente das câmeras. Mas esse projeto não saiu do papel. Anos depois, o produtor Dino De Laurentiis comprou os diretos do livro e se interessou em chamar Ridley Scott para a direção e Giger para criar o design, já que ele havia trabalhado no projeto de Jodorowsky. Mas, depois de algum tempo, De Laurentiis acabou acertando com David Lynch para dirigir o filme, que estreou em 1984 sem o envolvimento do designer (Giger conta aqui a história completa, em inglês).
The Tourist foi outro projeto que não saiu do papel. A produção da Universal iria ser dirigida por Brian Gibson em 1982.
Quatro anos depois seria lançada a continuação do filme de Ridley Scott, Aliens – O Resgate, dirigido por James Cameron, mas Giger sequer foi consultado para trabalhar nesta produção. Isto o deixou muito desapontado, afinal de contas a sua criação estava sendo usada à revelia. Porém, nessa época, o premiado artista já estava trabalhando em outra produção: Poltergeist II, de Brian Gibson.
Em 1988, Giger começou a planejar o design para The Train, produção da Carolco que deveria ser dirigida por Ridley Scott mas, novamente, o projeto não saiu do papel. No final da década de 80 a Fox voltaria a produzir uma nova continuação para a franquia de Alien. A idéia era retomar o clima sombrio do primeiro filme e o diretor escolhido foi David Fincher, que anos depois realizaria Seven, O Clube da Luta, O Quarto do Pânico e Zodiaco. Desta vez Giger foi chamado para criar o design deste novo filme e, empolgado, desenhou inúmeras novas idéias. Mas, misteriosamente nenhuma delas foi usada em Alien 3.
Logo em seguida o artista foi contratado para uma nova ficção-científica, Dead Star, que acabou não se concretizando. Anos mais tarde esse filme seria lançado com o nome de Supernova, mas sem a participação de Giger. Em 1994, a Warner o convidou para recriar o Batmóvel para a produção Batman Forever, dirigida por Joel Schumacher, mas o filme estreou sem a criação de H.R. Giger (veja o incrível Batmóvel na foto ao lado).
Finalmente, em A Experiência (Species), de Roger Donaldson, Giger retornaria com certo sucesso ao cinema, em 1996. No ano seguinte, ele foi o responsável pela criação de outro “monstro” no filme trash alemão Camisinhas Assassinas (Kondom des Grauens), da Troma Film. A produção chegou a ser lançada em vídeo no Brasil, mas é raríssima de ser encontrado. Em 1997, o artista recebeu outro golpe da Fox: Alien – A Ressurreição seria lançado sem, ao menos, dar o crédito ao criador do monstro.
Giger também colaborou em A Experiência 2, mas pouco antes de ser lançado, o artista pediu para tirar o seu nome dos créditos. Em 2004 e 2007 foram lançados Alien Vs. Predador e o desastre de bilheteria AVP: Requiem, respectivamente, e novamente Giger não foi consultado.
Depois de tantos percalços, será que o criador da arte “biomecânica” voltará ao cinema?
Visite um dos sites do artista, clicando aqui. Visite também o site do documentário H.R. Giger’s Sanctuary e as páginas do artista nos sites ArtCyclopedia e beinArt International Surreal Art Collective.
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