Estréia hoje nos cinemas o filme do Motoqueiro Fantasma (Ghost Rider), uma adaptação dos quadrinhos da Marvel Comics e que é uma boa surpresa, pois o roteiro procura manter-se fiel ao personagem (diferente do que tem acontecido com uma boa parte dos filmes baseados nos comics). Nicolas Cage encarna o personagem com aquela cara de sofredor que ele sabe fazer muito bem. Ele faz o básico para dar vida a Jonny Blaze e coloca um certa dose de ironia no personagem. Vera Mendes, o par romântico de Blaze, é deslumbrante (para dizer o mínimo). Mas, uma boa parte da crítica (principalmente a americana) detestou o filme e a “atuação” de Cage (esses críticos são muito ranzinzas ou não entendem nada de quadrinhos…). Realmente não há nada de mirabolante na história, apenas o necessário para um entretenimento eficaz e que respeita o personagem! A caveira flamejante cumpre sua função, embora eu tenha detestado a solução que a turma dos efeitos especias deu para as mãos do motoqueiro; preferia que ele usasse luvas, como nos quadrinhos.
Quem escreveu muitíssimo bem sobre o filme, foi a jornalista Flávia Guerra, do jornal O Estado de S.Paulo, em sua resenha que você pode ler aqui. Ela mostra que conhece o personagem e que está por dentro ao destacar as ótimas e fundamentais participações de Peter Fonda e Sam Elliot.
Mas, poucos perceberam a grande sacada do filme! Foi muito boa a idéia de homenagear o Ghost Rider original, incluindo um misterioso personagem que orienta Blaze no início de sua jornada. Pois é… o Ghost Rider original é um pistoleiro criado pelo desenhista Dick Ayers e o escritor e editor Vince Sullivan em 1950, inspirados pelo grande sucesso musical da época, Ghost Riders in the Sky, canção que os produtores do filme incluíram, espertamente, na trilha sonora.
A revista do cavaleiro de branco foi publicada pela Magazine Enterprises e durou até que o famigerado Comics Code (um absurdo código de ética norte-americano instituído para manter “a moral e os bons costumes” nas publicações) eliminasse, uma a uma, todas as publicações com histórias de terror, levando muitas editoras à falência.
Em 1967 Dick Ayers já estava na Marvel e o código havia perdido a força. Assim ele pôde retornar com o personagem numa nova fase, que durou pouco. No início da década de 70 surgiria, finalmente, o novo Motoqueiro Fantasma na revista Marvel Spotlight.
Para saber mais, visite os links abaixo:
Ghost Rider na Wikipedia – artigo completíssimo
Reproduções das capas das revistas do personagem no site The Grand Comics Database Project: Ghost Rider de 1950, de 1967, de 1973.
International Hero – Texto sobre o primeiro Ghost Rider
Marvel Directory – Sobre o motoqueiro
Captain Comics – Um texto esclarecedor sobre os personagens
O cowboy no Toonopedia
E para baixar papéis de parede do Motoqueiro Fantasma, clique aqui, aqui ou aqui.