O incrível gigante esmeralda

The Rampaging Hulk #3, capa de Norem.

Houve uma época, na década de 70, que a Marvel publicava revistas com conteúdo um pouco mais adulto, no formato magazine (no tamanho da revista Veja) e em preto e branco. Eram histórias e desenhos bem mais elaborados do que as revistas coloridas mensais da época. Nessa linha se enquadravam Savage Sword of Conan, The Tomb of Dracula – que durou apenas seis edições –, e The Rampaging Hulk. Esta começou a ser publicada em janeiro de 1977, ou seja, quase quinze anos após Stan Lee e Jack Kirby criarem a versão super-heróica de “O Médico e o Monstro encontra Frankenstein“.

Hulk passou, então, a ter sua história recontada através do talento de grandes escritores e desenhistas como John Buscema, Dough Moench, Denny O’Neill, Archie Goodwin, Howard Chaykin, John Romita, Jim Starlin, Joe Jusko, Gene Colan e muitos outros. Excelentes desenhistas, como Earl Norem, Bob Larkin, Ken Barr, Jim Starlin, Val Mayerik, também estiveram presentes embelezando, com sua arte, as capas de cada edição.

Porém, com o enorme sucesso da série de TV O Incrível Hulk, que começou a ser exibida nos EUA em 1978, a Marvel mudou o rumo da publicação, esperando com isso aumentar ainda mais suas vendas. Ela foi renomeada simplesmente para The Hulk! a partir da edição número 10, de agosto de 1978, e suas histórias passaram a ficar semelhantes àquelas que eram exibidas na telinha, uma mistura de O Fugitivo com O Médico e o Monstro dos pobres.

As tramas nada tinham a ver com os quadrinhos nem com a cronologia do Hulk, mas a revista continuava com artistas de alto nível, que mantiveram o nível da publicação. As histórias também deixaram de ter aqueles incríveis e belíssimos traços em preto e branco e passaram a ser coloridas. Ou seja, apesar de a série de TV não ter seguido a trajetória do personagem, a revista não diminuiu de qualidade e se manteve até junho de 1981, quando foi publicada a sua última edição, a de número 27. No ano seguinte a série de TV seria cancelada.

Era comum, na época, que adaptações de personagens dos quadrinhos para o cinema/TV fossem verdadeiras catástrofes! Hoje a maior parte das adaptações ainda é muito fraca* (leia aqui), mas há 30 anos era muitíssimo pior! Pois bem… nessa série, os produtores se preocuparam em mudar até o nome do alter ego do Hulk, que não seria chamado mais de Bruce, passando a ser Dr. David Banner. E o Hulk era interpretado por um esquisito Lou Ferrigno pintado de verde. Mesmo assim a série virou um fenômero, permanecendo no ar até 1982. O fato é que os fãs dos quadrinhos queriam (e ainda querem) ver seus personagens preferidos em filmes e nem se importavam muito com essas mudanças drásticas.

O desenho espetacular das capas dessas duas revistas reproduzidas nesta postagem são do sensacional Earl Norem, que também ilustrou diversas capas da revista The Savage Sword of Conan, da Marvel.

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