Cortez no cinema

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Capa do livro Film Posters Horror (acima), com uma seleção gráfica dos melhores cartazes de cinema do mundo. Ao lado, cartaz do clássico de horror, Maldição de Sangue de Pantera (The Curse of the Cat People), desenhado por Jayme Cortez.

Cartaz de cinema do relançamento de Maldição do Sangue de Pantera, pela Polifilmes. Criação Álvaro de Moya e desenho de Jayme Cortez.

Jayme Cortez não era apenas um genial desenhista de histórias em quadrinhos. Ele usou seu talento para militar em diversas áreas das artes gráficas, como a publicidade, capas e ilustrações de livros, animação e tinha uma paixão especial pelo cinema. Além de atuar (isso mesmo! nosso desenhista participou como ator em filmes do Zé do Caixão!), ele foi um grande designer de cartazes da sétima arte. Entre tantos trabalhos realizados, um de seus melhores é destaque no livro Film Posters Horror, da Evergreen/Taschen Gmbh, lançado em 2006 (ao lado), que faz um levantamento dos melhores cartazes de cinema do mundo. Há obras de artistas de várias nacionalidades, entre ingleses, italianos, japoneses, alemães, americanos etc. Do Brasil, o único trabalho citado é este desenhado pelo mestre Cortez. Trata-se do clássico do produtor Val Lewton, The Curse of the Cat People, realizado pela RKO, com Simone Simon e Kent Smith.

No Brasil, a produção ganhou o nome de Maldição de Sangue de Pantera. Lançado em 1944 nos Estados Unidos, ele foi relançado pela Cinematográfica Polifilmes nos anos 60 e o poster (que vemos no alto) foi criado no Brasil por nada mais, na menos que a dupla de amigos Álvaro de Moya e Jayme Cortez. Aconteceu o seguinte: Moya era associado da distribuidora e recomendou o capista da revista Terror Negro, da Editora La Selva, para fazer o novo cartaz. E assim foi feito. Moya criou o layout e o texto e Jayme Cortez realizou a belíssima arte final, que foi destaque de página inteira no livro.

A dupla também produziu outro cartaz de um clássico relançado pela Polifilmes: trata-se de Ilha dos Mortos (Isle of the Dead), de Mark Robson, com o pst-ilhadosmortos-cortez-nteterno Frankenstein, Boris Karloff, além de Ellen Drew e Alan Napier (o ator que fez o mordomo Alfred na espalhafatosa série de TV Batman, dos anos 60).

Como curiosidade, Maldição de Sangue de Pantera foi iniciado pelo excelente diretor Gunther V. Fritsch, que foi considerado pela RKO um realizador muito lento para finalizar uma produção classe B e ele foi substituido pelo montador de Cidadão Kane, Robert Wise, que mais tarde dirigiria outros grandes filmes, como West Side Story, Noviça Rebelde e… Jornada na Estrelas – O Filme.

Mais uma coisa: o livro Film Posters Horror traz, no final, um índice dos filmes e outro com todos os artistas, designers e fotógrafos que criaram os cartazes dos filmes de horror citados. Mas, infelizmente, não adianta procurar o nome de Jayme Cortez. É que os editores da publicação escreveram o nome do desenhista errado! Lá, eles grafaram como arte de Payne Gomez. Uma pena. Desculpe o trocadilho, mas esse foi um erro nada cortês…
Por Francisco Ucha (com Álvaro de Moya)

Mais fotos do espetacular Homem-Aranha


Os leitores podem baixar mais três fotos do novo filme do Homem-Aranha, que tem data de estréia prevista para o início de julho. A de cima é muito parecida com a foto publicada AQUI. Nas duas de baixo aparecem os atores Andrew Garfield (Peter Parker) e Emma Stone (Gwen Stacy). Ela está em cartaz nos cinemas com o filme Histórias Cruzadas e já atuou em 2009 no divertido Zumbilândia ao lado do ator Jesse Eisenberg. Este, por sua vez, interpretou, em 2010, Mark Zuckerberg, o criador do Facebook, no filme A Rede Social, ao lado de… Andrew Garfield (que interpretou o sócio brasileiro de Zuckerberg). Em Hollywood, mais uma vez, o círculo se fecha.
 
Não sou de ficar lendo sinopses dos filmes antes de estrear. Gosto de assisti-los e ter o prazer de ser surpreendido (para o bem ou para o mal). Neste filme dirigido por Marc Webb saberemos um pouco da infância de Peter Parker e finalmente veremos sua namorada, Gwendolyn Stacy, e seu pai George, que teve forte presença na história do Aranha. Porém, a foto acima causa uma certa preocupação aos fãs antigos do personagem, pois a moça está vestindo preto (e não é um pretinho básico) e segurando um guarda-chuva. Ou seja: está chovendo e ela está de luto. No cinema, sempre que algum personagem legal morre e aparece uma cena no cemitério, esta é com chuva ou num dia muito nublado! É um clichê tipico! E nós sabemos que… a certa altura das aventuras do Aranha, o pai de Gwen morre durante uma violenta luta entre o herói e o Dr. Octopus! Mas o Homem-Aranha acaba recebendo a culpa pela morte dele. Pois bem… Octopus não aparece neste filme. O vilão é (finalmente) o Lagarto (The Lizard)!

Será que novamente não teremos uma boa adaptação do cabeça de teia para os cinemas?

Para entender a importância de Gwendolyn e George Stacy na vida de Peter Parker, leia este verbete bem completo publicado na Wikipédia.

Fotos de Jaimie Trueblood. © 2011 Columbia Pictures Industries, Inc.  All Rights Reserved.

Fotos de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge


Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
(The Dark Knight Rises) deve fechar a trilogia capitaneada por Christopher Nolan, pois ele já declarou que não quer mais continuar com a franquia. A Mulher-Gato (clique para ver uma foto dela) e Bane serão os antagonistas do Batman nesta produção, mas um arqui-inimigo do Cavaleiro das Trevas estará de volta: o demoníaco Ra’s Al Ghul terá uma participação no filme. Cá entre nós, juntar esses três vilões na mesma história é um grande risco que o diretor corre. Ele e seu irmão Jonathan, que fizeram o roteiro deste filme, estão no limite entre finalizar a trilogia de maneira espetacular ou então colocar por água abaixo o belo resultado conseguido até agora. Vamos esperar até o fim de julho para conferir o resultado em sua estréia nos cinemas do Brasil.

Na foto de cima, clicada por Ron Phillips, Christian Bale encarna o Batman, que parece estar com a barba por fazer. Embaixo, o demolidor Bane em foto clicada por Wally Pfister, mais um cruel inimigo do Homem-Morgego.

Todas as fotos podem ser ampliadas em ótima resolução.

© 2012 Warner Bros. Entertainment Inc. and Legendary Pictures Funding, LLC

As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne?


E não é que todos pensavam que o nome do primeiro filme da trilogia de animação de Spielberg e Peter Jackson baseado no personagem criado por Hergé seria As Aveturas de Tintim: O Segredo do Licorne? Não foi, nem aqui, nem nos Estados Unidos (como se pode ver no cartaz oficial acima).

Esse nome só foi mantido nos países onde Tintim é muito conhecido e cultuado. Ou seja, na maioria dos países da Europa, inclusive Portugal. Os produtores devem ter decidido encurtar o título do filme no Brasil e nos Estados Unidos, mantendo apenas As Aventuras de Tintim (ou The Adventures of Tintin) para facilitar a divulgação por ser um nome mais fácil de memorizar. É que o jovem repórter e aventureiro não é tão popular nesses países como é na Europa.

Mas, no futuro, quem sabe… talvez esta produção seja relançada em alguma tecnologia digital ou mesmo em Blu-Ray, com o seu nome completo: As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne. Não mudaram o nome do filme Os Caçadores da Arca Perdida? Por que não fazer o mesmo com este?  ;-)

Quer saber mais sobre Tintim? Visite o blog Mensagens do Hiperespaço onde há, até o momento, um bom artigo sobre o jovem repórter e outro sobre o filme de Spielberg. Em Um Blog! em Quadrinhos você também poderá ler mais sobre o personagem, baixar papéis de parede e fotos em ótima resolução.

As duas fotos e o poster do filme As Aventuras de Tintim podem ser ampliadas em ótima resolução; basta clicar nas imagens.

As incríveis Aventuras de Tintim no cinema


Enfim, estréia no dia 20 de janeiro nos cinemas do Brasil a esperada animação As Aventuras de Tintim, de Steven Spielberg. Como já escrevi aqui, o filme é uma adaptação de três álbuns do personagem: O Caranguejo das Pinças de Ouro, onde Tintin conhece seu amigo, o Capitão Haddock; O Segredo do Licorne e O Tesouro de Rackham, o Terrível. Criado em 1929 pelo desenhista belga Georges Remi, mais conhecido como Hergé, Tintin (Tintim, no Brasil) é um jovem repórter que se aventura pelo mundo em busca de histórias fantásticas e é um dos persanagens europeus mais admirados no mundo. Por isso, havia uma grande espectativa dos fãs com relação a esta produção. Mas, a união de Spielberg e Peter Jackson é garantia de qualidade quando se fala de cinema; e também de respeito pela obra de Hergé. A belíssima imagem que ilustra este texto dá uma idéia do cuidado e do carinho que os produtores tiveram na adaptação que realizaram. Se estivesse vivo – Hergé faria 105 anos em maio –, o desenhista teria orgulho do resultado.

Aproveite para visitar também o hot-site do filme As Aventuras de Tintim.

Thor, Capitão América e o fim do mundo em 2012!


Olhando para essa cena aí de cima, até dá para entender porque o Calendário Maia prevê que o fim do mundo irá acontecer em 2012. Loki, Thanos, alienígenas a rodo, Caveira Vermelha… são muitos vilões ameaçando a humanidade e muitos heróis juntos tentando salvá-la. Thor, Hulk, Capitão América, Homem de Ferro, Hawkeye, Viúva-Negra brigam entre si para depois fazerem as pazes como bons mocinhos que são. Mas o mundo dos super-heróis não será mais o mesmo depois de 2012! Os Vingadores (The Avengers) chega aos cinemas no final de abril. É o grande lançamento da Marvel neste ano.

A foto acima, de Zade Rosenthal, pode ser ampliada em ótima resolução. Nela aparecem Thor (Chris Hemsworth) e Capitão América (Chris Evans). Para ver mais fotos deste filme, clique aqui e aqui.
© 2011 MVLFFLLC.  TM & © 2011 Marvel.  All Rights Reserved.

Caco, o Sapo versus Kermit the Frog


Pois é… Aconteceu de novo! Depois do meigo Ursinho Puff, da espevitada Sininho, e de tantos outros exemplos, chegou a vez do divertido Caco, o Sapo, principal personagem dos Muppets, mudar de nome! O simpático boneco de pano verde criado pelo lendário Jim Henson e que divertiu uma geração inteira de crianças acostumadas a ouvir e falar esse nome rimático, está sendo apresentado nos cinemas brasileiros à uma nova geração de meninos e meninas com o seu nome original: Kermit!… Kermit the Frog!

Kermit o sapo? Um nome um tanto quanto cacofônico para o Brasil! Mas não se espante! Como já escrevi aqui, a mudança dos nomes de personagens tão conhecidos faz parte de uma estratégia do marketing globalizado das corporações para diminuir custos e padronizar campanhas em todo o mundo.  Caco, o Sapo, deixa de ser personagem para se transformar num produto chamado Kermit, que pode ser vendido das mais diversas formas e nos mais diversos objetos. Não importa que Kermit seja um nome completamente estranho à língua do país. O que vale é o que ele pode render a partir de agora. Esse sapo pode valer ouro… e ele nem precisa se transformar num príncipe!

Vídeos do VodPod não estão mais disponíveis.
No vídeo acima, Caco, o Sapo, o Kermit, tem participação especial nesse antigo musical ba-da-ba-dá dos Muppets. Divirta-se!

Para baixar papéis de parede de Caco, o Sapo e outros Muppets, clique aqui.
Clique nas duas imagens que ilustram este texto para ampliá-las em ótima resolução.

O início do Planeta dos Macacos


Sempre desconfio quando Hollywood anuncia uma seqüência de um filme que fez muito sucesso. Se a produção não foi pensada para ter uma seqüência, muitas vezes isso significa um desastre. Várias dessas “continuações” só existem porque os produtores utilizam a força e a popularidade da produção original para criar novos filmes (normalmente muito piores do que o primeiro) e centenas de produtos paralelos que ampliam o lucro de maneira exponencial. É o que chamamos  hoje em dia de “franquia”.

Um caso típico foi o que Hollywood fez com o clássico O Planeta dos Macacos, de Franklin J. Schaffner, com Charlton Heston, Roddy McDowall, Kim Hunter (esse trio aparece na foto de cima, não necessariamente nessa ordem), Maurice Evans, James Whitmore e Linda Harrison, modelo que se tornou um ícone de sensualidade da época, mesmo sem dizer uma única palavra no filme (e nem precisava falar, cá entre nós). Com roteiro genial de Michael Wilson e Rod Serling baseado no livro de Pierre Boulle, sempre achei que esse era um filme com uma história que não precisava de uma “continuação”. É uma história fechada, bem acabada.

Mas (e sempre existe um “mas”) Hollywwod via “cifrões” no lugar de “cinema” e resolveram criar uma continuação. E depois, viram que a coisa deu certo (para as contas bancárias, claro) e, por incrível que pareça, fizeram outra, e mais outra e depois outra, e por aí foi. Criaram até uma série de televisão e desenhos animados (além de todos os produtos paralelos possíveis). Todas, absolutamente todas as continuações do filme de 1968 são abomináveis. Nada se salva! Na minha opinião, essa “franquia” simplesmente não existiu. Inclusive aquela “releitura” que Tim Burton dirigiu em 2001; outra bomba que só confirma que esse diretor não é tão genial como muitos fazem questão de afirmar.

Por isso, quando soube que estavam produzindo Planeta dos Macacos: A Origem (Rise of the Planet of the Apes) e o protagonista seria o insosso James Franco pensei “notícia ruim nunca vem sozinha”. Imaginei que esta seria mais uma produção a se aproveitar do prestígio do filme de Schaffner. Ledo engano! Para felicidade geral da nação, o filme de Rupert Wyatt que está sendo lançado em blu-ray/dvd, é brilhante. Muito inteligente, o roteiro de Rick Jaffa e Amanda Silver tem um conteúdo sociológico e antropológico admirável, respeita o clássico estrelado por Charlton Heston além de fazer diversas referências ao Planeta dos Macacos original. Nem James Franco e nem a modelo Freida Pinto estragam o filme. Nem os efeitos especiais, que são usados apenas como uma ferramenta para dar credibilidade à história, pois o roteiro se sustenta sozinho e prende a atenção de quem assiste essa produção bastante original. Sim, porque de uns tempos pra cá há cada vez mais filmes com roteiros inconsistentes que precisam lançar mão de um turbilhão de efeitos especiais para anestesiar o público-pipoca.

Nem tudo é perfeito, claro. O orangotango criado no circo que consegue interagir com César é um artifício que os roteiristas usaram para resolver um probleminha na história e essa solução ficou forçada. Mas uma ou outra pequena falha não consegue estragar o prazer de assistir a esse filme e certamente vale a pena tê-lo em sua filmoteca, ao lado de, é claro, O Planeta dos Macacos, de 1968. Agora sim, sabemos como tudo começou!

Como peça promocional, a Fox distribuiu a imagem acima, de um poster-teaser do filme num cenário um pouco diferente. Sim, atrás de César aparece a Ponte estaiada Octavio Frias de Oliveira, que já se tornou um dos cartões postais da Cidade de São Paulo.

Para ampliar qualquer imagem em boa resolução, é só clicar nelas.

Fotos do filme dos Vingadores


Essa é rápida e rasteira: aqui estão três fotos do filme dos Vingadores, da Marvel, que já circulam pela internet há algum tempo (mas aqui as fotos estão mais bonitas… pode comparar com os outros sites). Acima, a explosiva Scarlett Johansson vestida para matar como a Viúva Negra (Black Widow). Não que o marido dela tenha morrido. O codinome dela vem de uma espécie de aranha. Mas… isso não interessa agora. Abaixo, um papinho não muito descontraído de Chris Evans (Capitão América) com Robert Downey Jr. (O Homem de Ferro).

A última foto mostra Steve Rogers (Chris Evans) diante de seu destino!

Todas as fotos são de Zade Rosenthal. E podem ser ampliadas em ótima resolução. Clique nelas!

© 2011 MVLFFLLC.  TM & © 2011 Marvel.  All Rights Reserved.

Os Vingadores em ação!


Já faz algum tempo que a Marvel divulgou uma arte conceitual com todos os super-heróis do filme dos Vingadores que será lançado em maio do próximo ano. A pintura foi feita em sete partes por três desenhistas, cada uma representando um personagem. Mas essas partes podem ser “coladas” e elas se transformam num belo painel, como você pode ver abaixo. Mas pouca gente teve acesso a essa imagem num tamanho grande. Não é o caso de quem visita este Blog no Planeta Mongo. Clique na Viuva Negra, acima, ou então na arte abaixo para ver (e baixar) essa belíssima pintura dos Vingadores em ótima resolução!

Os desenhos foram pintados separadamente por Ryan Meinerding (Viúva Negra, Homem de Ferro e Capitão América), Charlie Wen (Hulk, Thor e Gavião Arqueiro) e Andy Park (a turma da Shield). A Marvel está criando grandes espectativas em torno desse blockbuster. Os filmes dos personagens separados foram muito bons. Vamos ver como eles se saem juntos.

Clique no desenho abaixo, com o Thor e o Gavião Arqueiro (Hawkeye) para baixar esse detalhe do quadro.

Caras e caretas de Shrek


Já pensou em, toda vez que você abrir seu computador, encontrar uma careta dessas em sua tela? Então baixe as duas imagens em alta resolução (é só clicar nelas) e, na hora de salvar, escolha “Definir como plano de fundo“. O duro vai ser escolher qual das duas caretas do Shrek você vai querer colocar primeiro no seu desktop! Quer mais papel de parede do Shrek, da Fiona e de sua turma? Então, clique aqui.

O divertido Capitão América


Gostei do texto que meu caro amigo, o crítico de cinema Celso Sabadin, escreveu sobre o filme Capitão América – O Primeiro Vingador publicado no site, Planeta Tela. Por isso, transcrevo a resenha abaixo. Mas ainda não concordo com uma coisa que ele elogia: as cenas contrangedoras do Capitão América como joguete publicitário são totalmente dispensáveis…

“CAPITÃO AMÉRICA” DIVERTE COM QUALIDADE
Por Celso Sabadin

Demorou. No ano em que completa 70 anos, finalmente o Capitão América ganha uma versão cinematográfica de qualidade. Depois de alguns seriados e produções toscas que se arrastaram pelas últimas décadas, o herói do escudo voador agora está bem representado nas telas com Capitão América – O Primeiro Vingador, dirigido por Joe Johnston.

O personagem foi criado por Joe Simon e Jack Kirby em plena 2ª Guerra Mundial, tendo sido publicado pela primeira vez em março de 1941. Ou seja, a guerra já corria solta na Europa, mas os EUA ainda não haviam entrado no conflito. Por apenas 10 centavos de dólar, as bancas de jornal da época vendiam a primeira edição do comics “Captain America”, cuja capa mostrava o herói esmurrando Hitler. É com essa visão que o filme deve ser observado: sim, o personagem é um símbolo vivo de propaganda belicista, e o roteiro não só respeita como sublinha esta gênese.

Tudo parte da inquietação de Steve Rogers (Chris Evans), um rapaz franzino, de saúde frágil, totalmente abduzido pela insistente propaganda de alistamento militar, durante a 2ª Guerra. Num país em que se estourar pela Pátria é um patético sinal de heroísmo, Steve faz de tudo para ser aceito no Exército, sem sucesso. Até o momento em que o Dr. Erskine (Stanley Tucci, ótimo como sempre) um cientista alemão que deserdou para o lado americano, percebe que Steve tem potencial para participar de um experimento científico que deverá criar super-soldados. E finalmente o “convoca”.

Percebe-se que o diretor Johnston aprendeu bastante com Steven Spielberg, na época em que comandou os efeitos especiais de Caçadores da Arca Perdida. Na grandiosidade das cenas, na ação, no humor, no estilo de dirigir e construir seus personagens, e até em alguns enquadramentos e movimentos de câmera, “Capitão América” tem muito de “Caçadores”. Repare inclusive como o personagem Zola (Toby Jones) é uma releitura de Bellock.

O filme mostra também uma notável capacidade de se auto-parodiar, e não poupa ironia para isso. É marcante, por exemplo, a maneira pela qual o novo herói, num primeiro momento, se transforma num ridículo joguete publicitário nas mãos das Forças Armadas, num apresentador de auditório vestido de pijama white/blue/red para o delírio de uma abobalhada platéia sem senso crítico sedenta por comprar bônus de guerra… ou qualquer coisa que o simpático Capitão vender. O pensamento é inevitável: exatamente qual platéia Johnson está ridicularizando…?

Juntem-se a isso alguns ingredientes indispensáveis para um boa aventura. Entre eles, ação e humor nas proporções exatas, efeitos especiais de primeira linha, uma reconstituição de época que beira à perfeição, e um desenho de produção de cair o queixo, idealizando com muito talento elementos de ficção cientifica com sabor do anos 40.

Nada disso, porém, teria tanto valor se Johnston não soubesse dar carisma e humanidade aos seus personagens. Ele deu. Do protagonista aos coadjuvantes, da mocinha ao marcante vilão Caveira Vermelha (Hugo Weaving, de “Priscilla, A Rainha do Deserto”), todo o elenco está uniforme e convincente. Tommy Lee Jones dá um show particular. São presenças marcantes na tela que conquistam a empatia com o público em poucos minutos, não deixando que toda a dramaturgia se apóie apenas no (bom) desenvolvimento dramático do herói. Mesmo que, no caso, “Steve Rogers” tenha se beneficiado de doses maciças de computação gráfica para viver o rapaz raquítico dos primeiros momentos do filme. O que destaca, inclusive, outro mérito de Capitão América: aqui, os efeitos estão a serviço da história, e não o contrário, como muitas vezes acontece.

Ah, e sabe aquela ceninha final que sempre tem depois dos créditos? Desta vez não tem…

Todas as imagens que ilustram esta postagem podem ser ampliadas em alta resolução. As três primeiras (poster em inglês até o beijo) foram coletadas na internet. As outras foram distribuídas para a imprensa no Brasil. Crédito das fotos: Jay Maidment. © 2010 MVLFFLLC. TM & © 2010 Marvel Entertainment, LLC and its subsidiaries. All rights reserved.