Jonah Hex vai ao cinema

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Uma das coisas que mais me deixaram apreensivo quando soube que Jonah Hex seria adaptado para o cinema é que o diretor escolhido nunca realizou um filme com pessoas de carne-e-osso sequer… :) O único filme que ele havia dirigido é a animação Horton e o Mundo dos Quem (Dr. Seuss’ Horton Hears a Who) e, cá entre nós (por favor, não espalhem isso em Hollywood), isso é muito pouco num currículo de alguém que pretende dirigir um filme de faroeste com um personagem tão bom quanto este da DC Comics!
Josh Brolin como Jonah Hex - CLIQUE AQUI PARA AMPLIAR ESTA FOTO  Megan Fox é Leila em Jonah Hex - CLIQUE AQUI PARA AMPLIAR ESTA FOTO
Mas, tudo bem… vamos confiar em Jimmy Hayward e torcer para que ele faça o dever de casa direitinho. Algumas fotos da produção já correram a internet. Selecionei duas delas (acima), que podem ser baixadas com melhor resolução e qualidade. Uma aparece o ator Josh Brolin, que tem a responsabilidade de encarnar o pistoleiro, numa cena do filme (as outras duas fotos divulgadas são uma seqüência desta). A outra foto é uma imagem dos bastidores do filme com a atriz e gata Megan Fox (que também agita a franquia cinematográfica Transformers, vocês sabem…) com trajes prá lá de agradáveis (Aliás, circulam rumores que mocinha está sendo cotada para viver a nova Buffy, a caçadora de vampiros).
All-Star Western#10 - CLIQUE AQUI PARA AMPLIAR ESTA IMAGEM  Quadrinho da história Bem Vindo ao Paraíso, desenhada por Tony de Zuñiga - CLIQUE AQUI PARA AMPLIAR ESTA IMAGEM EM ÓTIMA RESOLUÇÃO
O pistoleiro Jonah Hex, que tem o rosto desfigurado por uma profunda cicatriz, foi criado pelo escritor John Albano e pelo excelente desenhista filipino Tony de Zuñiga em 1972 para a DC Comics que tentava revitalizar o gênero com um punhado de novos personagens de faroeste (e algumas reprises). Sua estréia aconteceu na revista All-Star Western n°10 (de fevereiro/março), que já publicava as histórias de El Diablo, Renegado (Outlaw), Billy the Kid e Bat Lash.
Jonah Hex#21, Fevereiro de 1979 - desenho na página 20 - CLIQUE AQUI PARA AMPLIAR ESTA FOTO EM ÓTIMA RESOLUÇÃO
No Brasil, a estréia do personagem aconteceu na revista Reis do Faroeste em Cores nº9, lançada pela Ebal em Maio-Junho de 1973. Essa revista republicava o material da All-Star Western. Enquanto nos Estados Unidos a revista tinha 52 páginas, a versão brasileira tinha apenas 36 páginas, mas era impresso em papel de melhor qualidade e capa plastificada. A partir do número 12 a revista da DC Comics muda de nome para Weird Western Tales e Jonah Hex passa a ter mais relevância no título, e na edição seguinte o número de páginas cai de 52 para 36. No nº18, de julho/agosto de 1973, o logotipo “Jonah Hex” passa a ter mais destaque na capa, ocupando o lugar do nome da revista (Weird Western Tales diminui de tamanho e fica numa tarja no topo). Finalmente em março/abril de 1977, Jonah Hex passa a ter um título próprio e a Weird Western Tales recebe um novo personagem em suas páginas: Scalphunter (no Brasil: O Escalpador). Jonah Hex seria publicado até agosto de 1985, chegando ao número 92, quando a DC Comics, tomando uma decisão pra lá de imbecil, decide transportar o personagem para um futuro apocalíptico. É claro que essa idéia de jerico não deu certo e essa experiência deve ser totalmente esquecida.
Jonah Hex #19, Dezembro de 1978 - Desenho de Luis Dominguez - CLIQUE AQUI PARA AMPLIAR ESTA IMAGEM EM ÓTIMA RESOLUÇÃO  Jonah Hex #42 - Nova série - Junho de 2009 - Desenho de Jordi Bernet - CLIQUE AQUI PARA AMPLIAR ESTA IMAGEM EM ÓTIMA RESOLUÇÃO
Em 2006 a DC Comics decide relançar o título de Jonah Hex numa nova série de aventuras desenhadas novamente por grandes artistas, como Tony de Zuñiga, Paul Gulacy (desenho abaixo), David Michael Beck, Jordi Bernet e o brasileiro Luke Ross, que ilustrou as primeiras edições da revista.
Paul Gulacy desenha Jonah Hex - CLIQUE AQUI PARA AMPLIAR ESTA IMAGEM EM BOA RESOLUÇÃO
Infelizmente, no Brasil, Jonah Hex não teve ainda um tratamento digno do personagem, apesar de suas cinco primeiras histórias terem sido publicadas pela Ebal num formato adequado nos últimas quatro números da revista Reis do Faroeste em Cores (esta série só durou 12 edições). Logo depois Jonah Hex ganhou um título próprio ainda pela Ebal, mas foi lançado no abominavel “formatinho”, que desvaloriza o trabalho do desenhista. Mas em 2006, a Opera Gráfica fez um lançamento digno de elogios. Foi o boxe Jonah Hex Showcase que republicou as 22 primeiras histórias do personagem em dois livros que somam mais de 500 páginas! Agora a Panini deverá pensar seriamente em lançar a nova série de histórias do pistoleiro, pois o filme está programado para estrear no dia 6 de agosto de 2010.
Página sem as cores - CLIQUE AQUI PARA AMPLIAR ESTA FOTO EM ÓTIMA RESOLUÇÃO
Todas as imagens que ilustram este texto podem ser ampliadas. Esta de cima é uma versão que fiz utilizando apenas o traço preto do desenho que está no topo desta postagem, que é a página de abertura do número 20 da revista Jonah Hex, da DC Comics.
 para baixar papéis de parede de Jonah Hex.

Cheyenne e a terceira série dos Reis do Faroeste

Cheyenne - Clique para ampliar
A revista aí de baixo relançava o tradiconal título Reis do Faroeste, da Editora Brasil-América (Ebal) em sua 3ª série, trazendo duas aventuras de Cheyenne, personagem interpretado na TV por Clint Walker. Eram elas A Oeste do Rio e Na Alça da Mira. A publicação chegava às bancas em janeiro de 1970 e trazia a seguinte Conversa do Diretor, publicada na página 2 da revista, que conta um pouco da trajetória de Reis do Faroeste:

“O primeiro número de Reis do Faroeste surgiu em julho de 1953. Há quase 17 anos. Publicando uma espetacular capa de Buck Jones, um dos reis do faroeste, lavrávamos um Reis do faroeste - Cheyenne 1tento espetacular entre a garotada de todo o Brasil. Foi um sucesso sem precedentes!

Pelo que lembramos, a tiragem, então, foi de quase cem mil exemplares, e a história se intitulava A Estrada do Diabo. Emocionante o enredo! Buck Jones conquistou os seus admiradores, que nos escreveram logo, pedindo mais e mais.

Mas a verdade é que Buck Jones não era o único dos reis do faroeste. Havia outros: Johnny Mack Brown, Bill Elliot, Rex Allen – todos mocinhos do cinema. E foi assim que todos estes apareceram, cada um com sua própria aventura, nos números seguintes de Reis do Faroeste. Somente no 5º número foi que Buck Jones voltou. Desta vez, em A Caravana Perdida. E mais nos números 9, 13, 17, 22, 27, 31, 35, 39, 43, 47, 52, 56 e 74, todos da primeira série.

Além dos heróis que acima citamos, também apareceram, em Reis do Faroeste, aventuras de Wyatt Earp, Matt Dillon e Kit Carson.

Agora, passados quase dezessete anos, voltamos a publicar Reis do Faroeste, depois de um curto espaço de parada em sua circulação. E, desta vez, voltamos com um herói do aí-mocismo que há de fazer delirar a moçada: Cheyenne!

Cheyenne é jovem! Cheyenne é forte! Cheyenne é justo! Cheyenne é simpático! Cheyenne desafia os maus, protege os fracos, expõe-se aos maiores perigos! Vocês hão de gostar de Cheyenne, tornar-se-ão seus amigos!

O aparecimento de Cheyenne no princípio do ano de 1970 é para comemorar o Jubileu de Prata da Editora Brasil-América. Foi justamente em maio de 1945 que iniciamos as nossas atividades. Terminava a Segunda Grande Guerra. Renasciam as esperanças do mundo por uma paz duradoura.

Há vinte e cinco anos, trabalhamos nesta casa, ininterruptamente. Foram centenas de milhões de revistas que daqui saíram. Milhões de álbuns e livros. Uma existência para bem servir aos jovens e às crianças.”

Para baixar um papel de parede de Cheyenne, clique aqui. O desenho que ilustra este texto faz parte da abertura da história Caçada Humana, publicada no número 7 da revista.
Quer assistir um trecho rápido da série de TV? Clique aqui.

Os papa-fina da profissão

Na revista Reis do Faroeste – 3ª série, número 14, de fevereiro de 1971 – que, na época, apresentava as aventuras de Cheyenne –, foi publicada na seção Notícias em Quadrinhos, mais outra nota bem interessante sobre os encontros acontecidos durante o 1º Congresso Internacional de História em Quadrinhos. Eis a foto e o texto original:

Adolfo Aizen e os desenhistas papa-fina
Dois editores e cinco grandes do desenho: da esquerda para a direita, vemos Jayme Cortez, Maurício de Sousa, Eugenio Colonnese, Adolfo Aizen, Henrique Lipszic, Nico Rosso e Manuel César Cassoli. No mundo encantado das Histórias-em-Quadrinhos, todos os conhecem. Os editores são da Ebal e da Taika – um do Rio, e outro de São Paulo. Os desenhistas são a papa-fina da profissão. Jayme Cortez, autor de Dick Peter. Maurício de Sousa, o desenhista de Mônica e Cebolinha, é o primeiro brasileiro a industrializar os seus bonecos. Eugenio Colonnese, que se destacou com a Chamada Geral, edição comemorativa do 25º aniversário da Editora Brasil-América e agora ilustrando grandes feitos da História do Brasil: Independência, Libertação dos Escravos, República e outros. Enrique Lipszie, diretor da Escola Pan-Americana de Arte, movimentando centenas de siderados pelas histórias-em-quadrinhos. O grande Nico Rosso, nosso amigo de muitos anos, autor de uma grande parte das quadrinizações de Grandes Figuras do Brasil e de dezenas de quadrinizações de romances brasileiros para Edição Maravilhosa. Poucas vezes juntaram-se tantos heróis numa só fotografia. Mas tal fato ocorreu por ocasião do Congresso Internacional de Histórias-em-Quadrinhos, realizado em São Paulo. E a foto foi tirada na recepção que Enrique Lipszic ofereceu aos congressistas, em sua residência de Santo Amaro.